- Me solta! Eu não sabia desse plano! Não nos culpe por isso!
- Afoguem ele!
Os soldados afundaram a cabeça de Fredo no tanque d’água.
- Isso é pela intromissão! -disse o militar.
Os outros dois soldados entraram e levantaram Adelaide, enquanto Fredo era retirado do tanque. Dando espaço para os soldados fazerem o mesmo com Adelaide.
- Larguem ela! – exclamou Fredo, ofegante.
Irritado, o Coronel deu um soco na barriga de Fredo e disse:
- Cala a boca! Imundo! Isso não é nada. Já podem tirar ela da água.
Adelaide foi retirada do tanque e disse:
- Não fizemos nada, por favor, nos deixem ir.
- Sabe de uma coisa? Eu estou sendo amigável. Sabe aqueles cabos ali de energia? Nada me impede de afundar vocês na água e simplesmente colocar os cabos dentro do tanque. Mas, vocês vão receber uma tatuagem e um código, vão ser vigiados vinte e quatro horas por dia até morrerem. Mas antes, vou ensiná-los como se respira debaixo d'água.
Os soldados afundaram a cabeça de Adelaide e de Fredo no tanque novamente.
* * *
Vitor já tinha conhecido toda a tripulação da nave e quando menos esperava, ele sentiu a nave pousando. Acompanhado, Vitor desceu uma rampa e ficou impressionado ao pisar pela primeira vez em outro planeta. Grandes arranha-céus, naves voando para todos os lados e o mais impressionante era a atmosfera e o clima, bem parecidos com a Terra.
- O futuro da Terra será assim, Vitor. Na verdade, poderá ser até melhor, tudo depende da evolução dos humanos como sociedade.
A população daquele planeta era igual a da Terra, alguns eram bem parecidos com os humanos, outros eram mais estranhos, mas isso não assustou Vitor. A nave em que Vitor estava, decolou. O garoto olhou atentamente a decolagem, que foi extremamente rápida.
- Incrível!
- Vamos, vamos continuar o passeio pela cidade.
* * *
Na Terra, Fredo e Adelaide estavam dopados em uma sala de cirurgia. Os médicos do local implantaram um chip em cada um e três marcas quase imperceptíveis foram feitas na região do ombro direito de cada um. Na manhã seguinte, Fredo e Adelaide acordaram em uma sela, eles ainda sentiam os efeitos dos remédios. Alguns soldados chegaram e acabaram vendando e colocando uma touca em Fredo e em Adelaide, a essa altura, eles já não faziam questão de reagir. Eles foram conduzidos pelos corredores do local até chegarem em um carro, que em seguida, foram levados para algum outro local.
Após alguns minutos na estrada, os soldados retiraram a touca e a venda de Fredo e Adelaide; que foram levados para uma base militar da região. Ao chegarem, foram recebidos por um general que disse:
- Essa vai ser a casa de vocês por um determinado tempo. Vocês não vão ficar aqui pra sempre, apenas cumpram com as ordens que em breve vocês vão poder retornar para a fazenda ou para a cidade. Isso tudo poderia ter sido evitado antes, mas agora isso não importa.
***
Vitor estava se divertindo muito, mas o passeio já estava no fim.
- A hora de voltar chegou, Vitor.
- Eu tenho mesmo que voltar?
- Tem, não posso te deixar aqui.
A nave em que Vitor estava antes, retornou e pousou próximo a eles. Vitor fez uma ultima panorâmica do local antes de embarcar. Já dentro da nave, eles conversaram:
- Sei que você adorou conhecer o lugar, mas existe uma lei, e essa lei não pode ser quebrada.
- Tudo foi tão familiar pra mim e ao mesmo tempo estranho. E você nem se quer me disse o seu nome.
- Me chamo Zeflon. Um dia você poderá voltar para ficar se quiser. Mas isso depende exclusivamente de você. Das suas escolhas e de suas atitudes na Terra.
- Mas a Terra é tão linda e caótica ao mesmo tempo!
- Sim. A Terra é um planeta de terceira dimensão, vocês estão tendo a oportunidade de evoluírem como espécie. E acreditamos que vocês vão conseguir. Sempre estaremos de olho em vocês, pode ter certeza. Mas não iremos interferir em nada que possa comprometer a evolução natural de vocês. Você não foi o primeiro terráqueo a ter essa experiência, e também não será o último. O tempo acabou, espero vê-lo em breve. Não esqueça que, sempre estaremos próximos a vocês. Apenas olhe para as estrelas.
Em um piscar de olhos, Vitor se encontrava nos fundos da antiga fazenda, no mesmo local onde aceitou o convite anteriormente. Ele estava deitado no chão, e se levantou em seguida. Ele estranhou o local. Agora ali funcionava uma pensão e Vitor não sabia o que havia acontecido. Ele decidiu ir até a entrada, onde havia um letreiro com o nome “Pensão Ros”, ele entrou e foi até a recepção.
- Em que posso ajudar? -perguntou uma senhora, na recepção.
- Estou procurando meus pais. Eles são os donos dessa fazenda.
A senhora estranhou e disse:
- Aqui não é uma fazenda, aqui é uma pensão. Qual o nome dos seus pais?
- Fredo e Adelaide.
- Vou ver – disse a senhora, abrindo um caderno com os nomes dos hóspedes. – Não tem ninguém com esse nome aqui, garoto.
- Como não? Eles são os donos desse lugar. Eu morava aqui.
- Você deve estar se confundindo. O terreno dessa pensão foi comprado através da prefeitura da cidade de Roswell.
- Que dia é hoje?
- 10 de maio de 1967.
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